domingo, 24 de maio de 2009

Refletir


É curiosa a nossa situação de filhos da terra. Estamos cá numa breve visita e não sabemos com que fim, ainda que por vezes possamos pressenti-los. Face à vida cotidiana não é preciso refletir muito: estamos para os outros. Antes de mais nada para aqueles cujo sorriso e bem estar depende a nossa felicidade, mas também para tantos desconhecidos cujo destino nos vincula uma simpatia e certa responsabilidade. Penso mil vezes ao dia que a minha vida externa e interna se baseia no trabalho de e para outros homens, vivos ou mortos. Sinto que devo esforçar-me para dar na mesma medida o que recebi, e continuo a receber. Sinto-me inclinado à sobriedade, oprimido muitas vezes pela impressão errada e mal resolvida dos outros. Pois não me parece que as diferenças de habilidades, sentimentos, classes sociais e comportamentos sociais justifiquem tais opressões e impressões deturpadas , em última instância, baseiam-se na força da inveja, falta de vida própria ou incompetência. As pessoas não entendem aquilo que não podem pegar ou aquilo que nunca tiveram na vida!

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