domingo, 31 de maio de 2009

Por que sete dias da semana


Aposto que você acha a semana longa e o fim de semana, curto. E que já sonhou trocar as bolas para ir à escola só dois dias e brincar por outros cinco! Mas por que os nossos calendários são organizados em semanas de sete diasAposto que você acha a semana longa e o fim de semana, curto. E que já sonhou trocar as bolas para ir à escola só dois dias e brincar por outros cinco! Mas por que os nossos calendários são organizados em semanas de sete dias?

A resposta está no céu. Ao olharem para a Lua, povos antigos notaram que ela mudava de forma em intervalos regulares de tempo: aparecia cheia como uma bola (lua cheia), depois ia diminuindo até ficar pela metade (quarto minguante), continuava a diminuir até virar um aro bem fininho e desaparecer (lua nova) e, em seguida, voltava a crescer até ficar pela metade (quarto crescente). A separação entre cada fase (cheia, quarto minguante, nova e quarto crescente) dura sete dias e algumas horas e é resultado do movimento da Terra em torno do Sol.

Talvez só isso já fosse suficiente para que o homem contasse períodos de sete dias, mas houve outro fator importante. Da Terra, observamos sete astros que se movem no céu – o Sol, a Lua e os cinco planetas que podemos avistar a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Os antigos babilônios (povos que viveram na região onde hoje é o Iraque) acreditavam que cada um dos dias era regido por um desses astros.

Na maioria das línguas latinas – isto é, que têm origem na Roma Antiga –, os dias da semana recebem nomes que homenageiam os deuses romanos simbolizados por esses corpos celestes. Em espanhol, por exemplo, segunda-feira é lunes, ou “dia da Lua”. Terça-feira, em francês, é mardi, que quer dizer “dia de Marte”. Quarta-feira em italiano é mercoledi, que quer dizer “dia de Mercúrio". E assim por diante. Na maioria das línguas faladas na Índia, os dias da semana também correspondem a esses astros. Por exemplo, a quarta-feira, buddhavar, vem do nome védico para Mercúrio, Buddha. Já nas línguas germânicas – falada entre outros antigos povos da Europa –, alguns dos dias da semana homenageiam os deuses. Por exemplo: em inglês, quarta-feira é wednesday, que homenageia o deus germânico Wodan, também conhecido como Odin.

Depois de saber disso tudo, você ficou convencido de que a semana deve ter sete dias? Pois saiba que nem todo mundo concorda. Ao longo da História, diversos povos adotaram semanas com durações bem diferentes. Alguns antigos habitantes da Europa, como celtas, etruscos e primeiros romanos, tinham semanas de oito dias. Outros, como os povos bálticos, adotavam semanas de nove dias. Há, ainda, registros de semanas de dez dias entre chineses e egípcios antigos. E até hoje, os javaneses – habitantes da ilha de Java, na Indonésia – têm semanas de cinco dias, que eles chamam de ciclo de Pasaran. Mas vou guardar tudo isso para uma outra conversa!


Jaime F. Villas da Rocha
Museu de Astronomia e Ciências Afins
Bruno L’Astorina
Departamento de Matemática Aplicada ?

A resposta está no céu. Ao olharem para a Lua, povos antigos notaram que ela mudava de forma em intervalos regulares de tempo: aparecia cheia como uma bola (lua cheia), depois ia diminuindo até ficar pela metade (quarto minguante), continuava a diminuir até virar um aro bem fininho e desaparecer (lua nova) e, em seguida, voltava a crescer até ficar pela metade (quarto crescente). A separação entre cada fase (cheia, quarto minguante, nova e quarto crescente) dura sete dias e algumas horas e é resultado do movimento da Terra em torno do Sol.

Talvez só isso já fosse suficiente para que o homem contasse períodos de sete dias, mas houve outro fator importante. Da Terra, observamos sete astros que se movem no céu – o Sol, a Lua e os cinco planetas que podemos avistar a olho nu: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Os antigos babilônios (povos que viveram na região onde hoje é o Iraque) acreditavam que cada um dos dias era regido por um desses astros.

Na maioria das línguas latinas – isto é, que têm origem na Roma Antiga –, os dias da semana recebem nomes que homenageiam os deuses romanos simbolizados por esses corpos celestes. Em espanhol, por exemplo, segunda-feira é lunes, ou “dia da Lua”. Terça-feira, em francês, é mardi, que quer dizer “dia de Marte”. Quarta-feira em italiano é mercoledi, que quer dizer “dia de Mercúrio". E assim por diante. Na maioria das línguas faladas na Índia, os dias da semana também correspondem a esses astros. Por exemplo, a quarta-feira, buddhavar, vem do nome védico para Mercúrio, Buddha. Já nas línguas germânicas – falada entre outros antigos povos da Europa –, alguns dos dias da semana homenageiam os deuses. Por exemplo: em inglês, quarta-feira é wednesday, que homenageia o deus germânico Wodan, também conhecido como Odin.

Depois de saber disso tudo, você ficou convencido de que a semana deve ter sete dias? Pois saiba que nem todo mundo concorda. Ao longo da História, diversos povos adotaram semanas com durações bem diferentes. Alguns antigos habitantes da Europa, como celtas, etruscos e primeiros romanos, tinham semanas de oito dias. Outros, como os povos bálticos, adotavam semanas de nove dias. Há, ainda, registros de semanas de dez dias entre chineses e egípcios antigos. E até hoje, os javaneses – habitantes da ilha de Java, na Indonésia – têm semanas de cinco dias, que eles chamam de ciclo de Pasaran. Mas vou guardar tudo isso para uma outra conversa!


Jaime F. Villas da Rocha
Museu de Astronomia e Ciências Afins
Bruno L’Astorina
Departamento de Matemática Aplicada

domingo, 24 de maio de 2009

Refletir


É curiosa a nossa situação de filhos da terra. Estamos cá numa breve visita e não sabemos com que fim, ainda que por vezes possamos pressenti-los. Face à vida cotidiana não é preciso refletir muito: estamos para os outros. Antes de mais nada para aqueles cujo sorriso e bem estar depende a nossa felicidade, mas também para tantos desconhecidos cujo destino nos vincula uma simpatia e certa responsabilidade. Penso mil vezes ao dia que a minha vida externa e interna se baseia no trabalho de e para outros homens, vivos ou mortos. Sinto que devo esforçar-me para dar na mesma medida o que recebi, e continuo a receber. Sinto-me inclinado à sobriedade, oprimido muitas vezes pela impressão errada e mal resolvida dos outros. Pois não me parece que as diferenças de habilidades, sentimentos, classes sociais e comportamentos sociais justifiquem tais opressões e impressões deturpadas , em última instância, baseiam-se na força da inveja, falta de vida própria ou incompetência. As pessoas não entendem aquilo que não podem pegar ou aquilo que nunca tiveram na vida!